quarta-feira, 7 de abril de 2010

Inverno dentro de mim.

Nós aqui do sul costumamos sofrer um tanto com a mudança de estação, principalmente quem mora na serra assim como eu, já que a mudança brusca de temperatura - característica do outono - aqui é ainda maior. O fato não é que eu busco falar do clima, eu tento falar do que se passa aqui dentro de mim. Tenho medo de falar assim, mas descobri que aqui dentro não houve mudança nenhuma: já era inverno dentro de mim há muito tempo. Não há mais nenhum raiozinho de sol e nem dias nublados; é só chuva há muito tempo. E eu já tentei abrir tantas vezes "meu guarda chuva" e, sem sucesso, resolvi abrir os braços e me deixar jogada às gotas de chuva, fossem elas grandes, pequenas, tempestades ou mera brisa.Confesso que as vezes até abre um solzinho assim meio cor-de-café, mas logo ele se fecha. E nesse meio tempo, alguma pouca gente tentou me abrigar de toda essa loucura... a todos esses meu muito obrigado, seja pelo tempo gasto, pelas palavras talvez ditas tantas vezes e de forma tão repitida, ou pelo simples gesto de carinho que tiveram comigo.
De agora até sabe se lá quanto tempo ainda vai durar toda esta estação dentro de mim, eu vou tentar abrir o guarda chuva sozinha, vou tentar procurar por um abrigo também sozinha, e vou deixar que a chuva me molhe apenas por brincadeira, para sorrir sem preocupação, assim como fazia quando criança. Alguma coisa aqui dentro diz que vai ser difícil, mas essa mesma coisa me faz continuar. Perder a confiança em si próprio nem sempre é o fim de nosso ser, é so uma forma de buscar um novo jeito de fazer verão dentro de si próprio.




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P.s: Obrigada por todo carinho passado nos comentários do ultimo post. Voces são muito doces! :)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

eu vejo

um novo começo de era
de gente fina, elegante e sincera
Perdão por esse jeito tonto de escrever assim, meio atrasado, meio como alguem que tenta passar algo que não conhece. Mas como foi páscoa e é um momento em que o pessoal costuma refletir um pouquinho, vale a minha tentativa de reflexão também. Já dizia Lulu Santos "que não há tempo que volte amor", então chegamos a uma palavra que sempre assustou, ao menos a mim: recomeços. Um outro jeito de ver os detalhes, que na essencia talvez sejam o mesmo de antes. Uma outra maneira de ver as coisas, esperar por outras pessoas, conhecer o diferente e inusitado, que tanto move o ser humano. Passei a querer um pouco mais depois de uma tonelada de desabafos e entradas em consultórios. Diria eu que recuperar o prazer e a vontade em fazer certas atividades cotidianas como tomar café ou caminhar é muito mais gratificante do que o prazer por si só, porque cada pequeno ato a mais tem sido uma pequena conquista, que eu comemoro internamente. E ainda falta muito, eu sei bem. Mas basta ter um pouquinho de fé e algumas tentativas incansáveis de sorrisos,mesmo que forçados - as vezes a gente tem que tentar convencer a nós mesmos de algumas mentiras que contamos pra tentar continuar...

"Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas.
O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente."
(Ana Jácomo)
[E eu tenho certeza de que em algum lugarzinho meu essa coragem está quietinha só esperando]